quinta-feira, 17 de março de 2011

Estou mal e preciso da ajuda e do apoio de vocês, meus amigos.

Desde pequena sempre tive problemas com gordura. Fui daquelas crianças mais cheinhas e, já na adolescência, virei a "tia gorda". Coisa chata esta mania que as pessoas tem de rotular os gordos. Isso é puro preconceito mas, como eram sobrinhos.....


Aos 14 anos operei apêndice e entrei em coma porque estava anêmica. Que vergonha, mas é verdade. Minha mãe, coitada, não sabia mais o que fazer. O coma foi culpa minha e não dela. Mamãe era daquelas super, ultra, mega preocupada com a alimentação das crias e pensava que gordura era sinônimo de saúde mas, euzinha aqui, vivia de suco, saladas ou nada mesmo pois precisava ficar magra a qualquer custo. Sem mamãe saber, é claro, tomava limonada ou água morna em jejum (um horror). Dançava jazz, nadava, corria, jogava volei, caminhava, enfim, fazia tudo para ser magra, bonita, gostosa e aceita socialmente pois vivia uma exclusão em silêncio. Com o coma, por causa da anemia, precisei fazer super alimentação, ou seja, a cada 2horas mamãe me dava um prato de comida com muito arroz, feijão, bife de fígado, espinafre, etc, etc, etc...e nos intervalos, um suco de talo de espinafre, bolo, biscoito, frutas, empadinhas, enfim, eu comia o dia todo e logo engordei muito. A gordura me deprimiu e mamãe me levou ao médico que me receitou uns remedinhos que me deixavam loucamente irritada, tonta, com a boca seca, enjoada, entre outros efeitos colaterais. O remédio foi suspenso e a tia gorda reapareceu.


Cresci, perdi peso e aos 17 anos engravidei engordando 33kg em 9 meses. Um horror. O filhote nasceu lindo e eu permaneci gorda e sozinha. A depressão foi horrível mas minha família nunca soube do meu sofrimento pois sofria sozinha. Algumas vezes saía de casa e ia para a rua de trás, sentava no meio fio e chorava até não aguentar mais. Chorar não emagrece mas lava a alma.


Aos 20 anos fiz lipoaspiração, redução de mamas  e mini abdomen. Fiquei linda. Barriga lisinha, chapada, seios apontando novamente para o céu, alto estima nas nuvens. Me sentia a tal. Mas, como tudo na vida passa......engordei de novo e, desde então, minha vida é uma sanfona que vai e vem no ritmo das minhas banhas. A balança ora é minha melhor amiga, ora é minha pior inimiga contudo, ela só exerce a função dela e me informa a minha realidade, nua e crua.


O tempo passou, engordei e emagreci mil vezes, como tantas pessoas. Mas, hoje, dia 17 de março de 2011, não sei porquê, decidi que não quero mais isto pra mim. Decidi que, ou eu perco peso e me mantenho nos 63 kg, ou desisto de vez e parto para a obesidade mórbida. Não aguento mais esta vida de altos e baixos entre gordos e magros. Quero ser do jeito que fui, do jeito que desejo, do jeito que me sinto feliz.


Não me importo muito com opiniões alheias. Não tenho problemas com homens, estou sozinha porque decidi viver só. É lógico que gosto de ouvir elogios e ouço muitos do tipo "você não está gorda", "você é muito gostosa", "você deve ficar feia quando está magra", "por favor, não emagreça" mas, apesar de todos estes elogios, não me sinto bem com meus 80kg. Não estou feliz, não estou bem.


Me amo muito, me quero muito bem e sei que preciso mudar radicalmente meus hábitos alimentares e isto começou a ser mudado lá na Holanda onde morei por 8 meses em 2010. Lá eu vivia super feliz e de bem comigo. A balança era uma companheira as vezes engraçada, outras ingrata, mas, na maior parte, era amiga de verdade.


Retornei ao Brasil em dezembro e, desde então, estou doente. Cada hora é um sintoma novo, uma coisa sempre muito ruim. Minha vida tem se resumido em visitas aos médicos e em laboratórios. Fiquei um dia internada no CTI com uma dor de cabeça infernal a qual os médicos disseram ser sinusite e mais alguma coisa que eles não conseguem diagnosticar e mais 5 dias no quarto do hospital fazendo exames e tomando remédios. Saí do hospital e continuo fazendo exames, tomando remédios e indo aos médicos. Sempre sem resultados que levem a um diagnóstico conclusivo.

 
Sinto que a depressão está querendo tomar conta de mim. Ela já me visitou, se instalou na cadeira de balanço dentro do meu quarto e, em certos momentos, me joga na cama e me faz chorar, em outros momentos me faz tirar a roupa e desistir de sair de casa para passear ou para resolver problemas urgentes que podem mudar o rumo da minha vida. Então luto com ela pois a odeio mas, em alguns momentos ela vence. Porém, meus anjos, que são seres humanos, sem saber aparecem ou me telefonam e dão um tapa na cara da depressão, que volta para a cadeira de balanço e fica por lá, até o próximo houd.


Bem, isto é um desabafo. Quero e preciso perder peso. Quero ser eu mesma. Quero voltar para Holanda e viver feliz comigo e com os quatro anjos que moram lá. Para isto fui na endocrinologista que me passou uma dieta e um complemento alimentar. Me recuso a tomar remédios para perder peso. Quero vencer mas, para isto, preciso do apoio de vocês. Conto com vocês. Então decidi fazer deste espaço uma espécie de diário e tornar público tudo o que sinto e o que faço para chegar ao meu objetivo. Espero, com esta atitude expositiva da minha intimidade, além de receber ajuda, poder ajudar a tantas pessoas que se sentem como eu. Então, quem quiser e puder, comentar os meus posts com sugestão, receita, opinião, apoio, ou seja lá o que for, que possa acrescentar.....


Conto com vocês.

Beijos


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