quinta-feira, 3 de maio de 2012

Violência contra a mulher

Ligo a TV e assisto, estarrecida, uma reportagem relatando que em São Paulo uma mulher é agredida a cada minuto por seus maridos, namorados ou companheiros. Estas mesmas mulheres, normalmente denunciam seus agressores mas, com o tempo, algumas retiram as queixas porque acreditam que seus homens podem e querem mudar de atitude, acreditam em suas promessas, em suas desculpas e acabam por serem agredidas novamente.


Me pergunto por que alguns homens agem desta forma e nunca encontro resposta. 

Necessidade de subjugar o lado fisicamente mais fraco da relação para se sentir mais forte?
Necessidade de afirmar extrema potência diante de imensa impotência emocional?
Necessidade de extravasar ressentimentos contidos ao longo da vida?


São tantas as perguntas que ficam sem respostas. Poderia passar o resto da minha vida elaborando perguntas mas nunca encontraria as respostas.

Mais triste do que não encontrar as respostas e constatar que nosso país ainda não possui políticas públicas suficientes para tratar de mulheres vítimas de violência. 

Reconheço que houve um avanço com a Lei Maria da Penha, porém isto não é, nem de longe, suficiente. Necessitamos de um trabalho de base, ou seja, que comece lá no berço, incutindo na cabeça das crianças que homens e mulheres são seres humanos e que seres humanos não são brinquedos nas mãos de outros seres humanos.  A política pública deveria tratar a violência contra a mulher com mais decência e seriedade. 



Muitas mulheres denunciam seus agressores e depois voltam atrás porque sentem medo de represália, sentem vergonha, passam por necessidades financeiras, são massacradas pela família, entre outros fatores. Muitas mulheres abdicam de suas vidas porque à elas são impostas leis familiares e sociais perversas e vergonhosas então o jugo fica extremamente pesado. 

Por que ainda é passado para as mulheres que elas devem permanecer caladas, que devem ser submissas ao marido, que devem servir ao marido e aos filhos e que nasceram para dar prazer ao seu homem? Está tudo errado. A mulher é companheira, anda ao lado e não atrás do seu homem. A mulher é independente, é inteligente, é guerreira, é presente em todo o contexto social, é alicerce familiar. Não entendo porque alguém, algum dia, inventou a máxima idiota que diz “ruim com ele, pior sem ele”. Pior sem ele o escambal, pois o homem não é superior a mulher, não é dono da mulher, não é feitor da mulher, não é soberano em relação a mulher. O homem é tanto quanto a mulher e necessita de cuidados assim como nós. Ele é, apenas, um ser humano, que precisa da mulher, tanto quanto a mulher precisa do homem. Fomos feitos para sermos companheiros e não rivais.



Homem que é HOMEM não bate em mulher. 
Homem que é HOMEM ama, chora, cuida, é cuidado, brinca, pula, é criança, ri, erra, pede desculpas, trabalha, produz, possui sentimentos, é amado, é cuidado, é desculpado, sofre, sente prazer, dá prazer.
Homem que é HOMEM é, simplesmente, HOMEM e não precisa subjugar ninguém para parecer mais homem.

Até quando nossas mulheres serão violentadas, agredidas e mortas?

Quantas deixarão de existir, como ser humano, para ser estatística? 

Quantas morrerão até que haja com seriedade? 

Amo ser mulher e sonho com o dia em que nós, mulheres brasileiras, poderemos viver em paz, tendo a certeza de que nossos homens são HOMENS de verdade.








Um comentário:

Anônimo disse...

Tiro o meu chapeu e me curvo perante este artigo. Porque eu sou HOMEM. Deus nos deu a faculdade de falar e raciocinar, o que implica dialogo, ao contrario dos animais que usam da violencia para se imporem. Um homem que agride uma mulher, consegue ser mais baixo moral e socialmente que o pior dos animais. Infelizmente e uma das piores chagas sociais que se vive ainda hoje.
Os meus parabens por seres MULHER.