terça-feira, 31 de março de 2009

Era uma vez um casal diferente






A obra – leitura imprescindível para pais e educadores – discute até que ponto a educação literária de crianças e adolescentes pode diminuir o preconceito e a discriminação, mostrando como determinados títulos trabalham a temática de forma adequada.



A experiência no universo escolar, aliada à vivência de mãe, demonstrou a Lúcia Facco que era preciso e urgente munir pais e educadores para lidar de forma correta com a temática homossexual. Essa determinação fez com que ela se voltasse para um instrumento poderoso, capaz de construir novos pensamentos e sacudir uma sociedade estagnada pelo preconceito: a arte literária. No livro Era uma vez um casal diferente (296 p., R$ 59,70), lançamento da Summus Editorial, Lúcia mostra como a literatura infanto-juvenil pode ajudar a trabalhar em sala de aula temas como a discriminação por diferença de classe social, de etnia, de gênero e, principalmente, de orientação sexual.



“A literatura, por ser uma arte, tem a capacidade de fazer que o leitor se liberte de um mundo de convenções, levando-o a um mundo interno de imaginação e criatividade. Desvencilhar-se de pensamentos engessados e preconceitos faz parte do processo de libertação”, afirma a autora, que é doutora em Literatura Comparada. Segundo ela, já existem livros que tratam as questões do preconceito. “Livros que abordem diretamente o preconceito contra orientação sexual desviante, aliados a uma proposta concreta de trabalho com crianças e jovens, podem reduzir a homofobia na escola e, consequentemente, na sociedade em geral”, diz.




Para ajudar os educadores que ainda se sentem inseguros ao tratar da questão da orientação sexual, a autora elaborou, em parceria com a pedagoga Terezinha Nazar, um caderno de atividades (anexo ao livro). “Esperamos que essas sugestões possam estimular os educadores a procurar constantemente mais e mais livros, assim como outras fontes que permitam esse tipo de abordagem, tão necessária e importante na tentativa de construir uma sociedade mais solidária”, afirma.





A obra, que é resultado da tese de doutorado da autora, defendida em 2008, está amparada em profunda pesquisa. Além do forte embasamento teórico, o livro traz depoimentos pessoais e mostra os principais aspectos que devem ser considerados na abordagem literária dirigida aos jovens e crianças. Os capítulos tratam de temas como: “Preconceito e discriminação: práticas sociais concretas”; “A invisibilidade do homossexual”; “O currículo acomodado (?)”; “Ações inclusivas”. A autora também apresenta uma vasta pesquisa bibliográfica e de filmografia de referência para fundamentar os ensinamentos sugeridos.

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